Por Amador Ribeiro Neto
Poesia e trocadilho são dois aliados desde os primórdios da palavra, quando era poema e poema cantado. Pesquisas remetem a este recurso coloquial tão acessível, popular e que é uma das estruturas do humor.
E aí reside seu brilho e perigo. Em nome da facilidade do trocadilho, temeridades têm sido cometidas na poesia – e também do humor.
A plaquete “Doce poema doce”, de Mário Alex Rosa, com tiragem de 50 exemplares numerados e assinados pelo poeta, impressa em setembro de 2023 na gráfica da Impressões de Minas, diagramada pelo poeta e artista plástico Ronald Polito, é uma delicada e sublime oferta de deliciosos poemas ao paladar da/o leitor/a.
São dezessete poemas, todos nomes de doces, que dão água na boca da gente e nos divertem com fino humor e lirismo sublime, características da poesia de Mário Alex Rosa desde seu livro de estreia, “Ouro Preto”.
“Doce poema doce” trocadilha desde o título, e assim vai de poema em poema, num ludismo gostoso, leve, em que os poemas são quase todos, exceto um, escritos em caixa alta e versos curtos, na maior parte das vezes com uma única palavra, mono ou dissilábica.
A contenção verbal é acompanhada por larga riqueza imagética, diria mesmo cinematográfica, que nos remete a uma festa de Babette de doces.
Sem dizer que as palavras, seu tipo gráfico e a opção pela caixa alta, conferem uma musicalidade essencial para que esta festa fique ainda mais animada.
Enfim, desde a capa, que pode ser escolhida em quatro opções de cores de fundo, até o titulo do livro em tipos gráficos preenchidos por balas-gomas multicores que abrem o paladar mesmo dos não consumidores de açúcares, a plaquete deste poeta, que é também artista plástico, professor e crítico literário, adoça os mais exigentes paladares de poesia de todas as idades.
Pra abrir o apetite poético da/o leitor/a, trouxe um
“BRIGADEIRO”
.
COM
BRIGADEIRO
NÃO
SE
BRIGA
DE
BARRIGA
VAZIA
NÃO
FICO
BRIGADEIRO
DELICIA
O
DIA
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