Por Ana Flávia Garcia
A escrita destemida de Haru em "Te vejo em três dias" é literatura do território da cinematografia. Uma delícia de construção dinâmica de imagens que absorve nosso olhar leitor/espectador. Sua narrativa ficcional nervosa pós punk evoca o desmoronamento do sentido das coisas, entra com o pé na porta no modo reverse e se autoconstitui de uma forma precisa e perspicaz. Haru brinca muito bem com linhas distópicas, políticas, afetivas, eróticas, agressivas, absurdas e imagéticas e cria um tecido fino multidimensional. que nos convida a uma leitura vertiginosa e ansiosa pelo próximo rasgo. "Te vejo em três dias" é convite ao que nos cabe em fúria de justiça, degradação moral e humanidade na mesma medida. Prestem atenção em Haru, tem monstro literário chegando com força na órbita.
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Ana Flávia Garcia é escritora, dramaturga, diretora de teatro, atriz e palhaça.
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