Por Ademir Demarchi
Sobre Proezas de Jeowalda, de Waldo Motta – Editoras Cousa/ Kabungo, Vitória, 2024.
Neste novo livro Waldo Motta explora, reitera e reinterpreta temas do seu já clássico livro da poesia nacional Bundo. No entanto, atravessado pela pandemia e pelo período de extremismos de direita e loucura coletiva que vivemos, procura ressaltar as transfigurações de seu “eu poético”, assim definido, “viado alado", ou assim, "ente celestino/ que nas tripas/ nasce/ de humores/ vapores” para multiplicá-lo em caleidoscópio, argumentando que “Se o ego é uma ficção e sem ele nada somos, então inventemos outros eus”.
Assim é que vão se proliferando esses egos, como em “Waldeusa Terremotta” (que “chegou para abalar e derrubar mansões filosofais, castelos de ilusões metafísicas, suntuosas catedrais de fantasias e tapeações teológicas”), Jeowalda, Waldelícia e outros, alguns originados da palavra “Wald” que ele aponta significar “comandante, governante; floresta, bosque”.
No entanto, como ele mesmo ressalta, não há escolha entre uma e outra possibilidade, pois, ressignificando Hamlet, sintetiza sua metafísica: “Ser E não ser. Esta é a MINHA questão
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