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Apresentação do Banquete Especial Haroldo de Campos 2025

  • Foto do escritor: jornalbanquete
    jornalbanquete
  • 24 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de ago.

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Celebrar Haroldo de Campos é revisitar uma obra que ultrapassa fronteiras entre poesia, tradução, crítica e pensamento estético, e que segue reverberando em múltiplas gerações de leitores e criadores. Este especial do Banquete – Jornal de Resenhas e Crítica Literária reúne vozes diversas, cada uma iluminando um aspecto singular da trajetória haroldiana, compondo um mosaico crítico que dialoga tanto com sua invenção poética quanto com sua inserção no horizonte cultural do século XX e XXI, como parte da Jornada Haroldo 2025.


Ademir Demarchi propõe uma reflexão sensorial em A educação dos cinco sentidos, evocando a dimensão sda experiência poética em Haroldo. André Dick, em Entremilênios, pensa as passagens de tempo e linguagem que estruturam uma obra marcada pelo escritor-crítico, segundo Leyla Perrone-Moisés. Claudio Daniel revisita poemas fundamentais de Auto do possesso e Xadrez de estrelas, destacando o experimentalismo e o diálogo com tradições literárias diversas. Fabrício Marques, em A arte no horizonte do provável, investiga o espaço entre conjectura e criação, situando Haroldo como um poeta que se move sempre em direção ao possível e ao porvir.


Flaviano Maciel Vieira retoma o clássico O sequestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira, analisando sua relevância crítica e sua ressonância no presente. O tema retorna sob novo viés em dois ensaios de Horácio Costa: um dedicado à tradução Transideraciones/Transiderações e outro que articula Haroldo ao modernismo e ao legado oswaldiano. Já Gerald Thomas compartilha um texto pessoal sobre alguns de seus encontros com Haroldo, lançando luz sobre a figura humana e o impacto de sua presença no campo artístico. Leda Tenório da Motta, por sua vez, aproxima Haroldo e Jacques Derrida, também na análise de O sequestro do Barroco, revelando um encontro de desconstruções, de pensamento em permanente instabilidade criativa.


A dimensão internacional e tradutória ganha relevo: Luís Henrique Garcia Ferreira aborda a monumental empreitada dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos na tradução de James Joyce, reafirmando o lugar da poesia concreta como um dos maiores gestos de radicalidade tradutória no século XX. Por sua vez, Matias Mariani escreve, a partir de Isto não é um livro de viagem, sobre Galáxias, livro central da “proesia” haroldiana, em que fluxo, viagem e linguagem se tornam indissociáveis.  


O conjunto de textos aqui reunidos constitui mais que um tributo: é um campo de ressonâncias. Um convite a pensar Haroldo de Campos como poeta, tradutor, crítico, pensador – e, sobretudo, como um criador que soube reinventar a literatura em língua portuguesa, abrindo-a ao risco, ao mundo e ao infinito da linguagem.


Desejamos boa leitura.

 

Claudio Daniel

André Dick (Org.)

 
 
 

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2022 por Paola Schroeder, Claudio Daniel, Rita Coitinho e André Dick

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