Por Douglas Diegues
En la selva de la literatura paranaense, Paulo Leminski, Dalton Trevisan, Cristovão Tezza e Wilson Bueno, son algunos de los nomes mais conhecidos deste y de los outros lados de las fronteiras. Nomes como Manoel Carlos Karam, Sérgio Rubens Sossélla, Valêncio Xavier, Jamil Snege, Marcos Prado, e o próprio Jairo Pereira, entre muitíssimos otros, son conocidos apenas por los lectores mais antenados, felizmente, cada vez mais numerosos.
Em medio a las tinieblas envenenadas del siglo XXI, non recuerdo mais kuando comecei a conversar com Jairo Pereira. Nunca nos encontramos. Pero parece que nos conocemos há mais ou menos 60 mil años. Pintor, escritor, poeta, ensaista, domador de burros, yéguas & caballos, Jairo Pereira es também el inventor de uma lengua propia, uma espécie de português extraterrestre, lisérgico, elétrico, indomábelle, que es la lengua que ele utiliza para escrever sua literatura. Non sei se Jairo Pereira es um extraterrestre. Mas trata-se de um poeta que escreve como um extraterrestre que mora embaixo de las Cataratas del Yguazú.
Em uma reseña sobre mio primeiro libro, "Dá gusto andar desnudo por estas selvas", ele me deu de presente el título de mio segundo libro, "Uma flor na solapa da miséria", que foi lo que ele disse sobre o que parecia la poesia por mi secretada em forma de falsos sonetos selvagens shakespeareanos en las fronteiras desconocidas del infernal território guaranitiko lleno de gente cheia de bonnas intenziones.
Outro lance legal es que Jairo Pereira non reclama de puerra ninguma. Nem sequer dum miserable lugar al sol de la história oficial. Non fica esperando que los mezquinos lo aceitem. Sua literatura es muy influenciada por los ritmos e ruídos de los mundos del Yguazú. Y enquanto muchos escrevem la poesia, Jairo Pereira cruza a cabalo las selvas desse antiguo território guaranitiko, onde bebe la poesia de las llamas & el rocio primaberiles.
Hace um par de dias, Jairo Pereira me enviou seu novo livro, Arijo, em pdf, um tijolo de mais mil páginas, que agora tengo aberto aqui al lado numa janela en la pantalla de cristal liquido de uma MacBookPro. Um tijolo que vuela. Um tijolo feliz, com el qual, después de impresso, Jairo Pereira matará a la literatura, obviamente com uma tijolada, para verla nascer de nuebo, nutrida de la vitalidade de las selvas del Yguazú y de los vastos desconocidos espacios oscuros incalculabelles.
Romance, poema, prosa de ficción, autobiografia inventada, ficción cientifica, nobela nonsense, poesia manuscrita, yes, tudo isso ao mesmo tempo, Arijo, também anagrama de Jairo, es el nome del protagonista alter-ego-anjo-vengador de los poetas y de la poesia num mundo em que mais quase nada faz mais sentido, além de la poesia, la cortezia, la justicia, la fé, la sabedoria y la benevolencia.
La escritura de Jairo Pereira es elétrica, dá choques, desperta la percepción del lector para outras dimensiones, altera la percepción comum, te faz ver coisas nunca ditas. Es también experimental, imprevisible, com impagabelles surpresas, a cada página, y lo mejor de todo, non es un amontonado de frases aburridas. Esa son algunas de las virtudes de la escritura de Jairo Pereira.
Desde el año 2000, sabemos que los dias têm apenas 16 horas, y non mais 24 horas, como antigamente. Mesmo assim, Jairo Pereira aposta todas las fichas em seus leitores e lhes entrega um tijolo selvagem.
O que debemos fazer, perguntaba-se Deleuze, ante los fluxos que insistem em nos deixar cada vez mais impotentes, servis, tristes e submissos? Criar, criar, criar, respondia el filosófo franxute.
Jairo Pereira também non se deixa dominar por esos fluxos nefastos, que nos querem servis e impotentes forever. Sua resposta es uma tijolada made in Yguazú, para que também os seus leitores possam se divertir em medio a los escombros del futuro.
Há anos tratam de enclausurar el poeta nel lugar del boludo. El tijolo volador de Jairo Pereira, Arijo, também es muy bueno para liberar el poeta del lugar del boludo, romper com la imagem del poeta enquanto um chato, solene y beletrista, que escreve como um bom aluno de la lengua pátria.
Há muitas coisas legais relativas à literatura de Jairo Pereira; uma de las coisas que me alegram es que ele também non escreve como um bom aluno de la lengua portuguêsa, nem fica esperando las famosas menciones honrosas.
Kuando alguien diz la palabra poeta, generalmente las yiyis hermosas y los meninos que flanan de skate por las calles del siglo XXI, logo imaginam um tipo carola, y entram em pânico. Yo los entiendo y los apoyo: non es mole ter de engolir uma dúzia de poetas chatos por ano nas escolas brasileiras e paraguayas. Mas quando las yiyis hermosas, cheias de mel pra dar, y los meninos que van y vienen en sus skates, descobrem por acaso, en las ciber noches del futuro, la literatura em português extraterrestre alucinógeno, ou mesmo em portunhol selvagem, ellos vuelven a creer en la poesia.
Jairo Pereira es Arijo, el poeta justiciero chá chá chá, que nos livra de la poesia chata y redime a los alumnos del futuro obligados a engolir literatura aburrida em salas de aula, bibliotecas, programas de televizione & outros infiernitos capitalistas.
Creio que fue Franz Kafka quem disse que um libro deberia ser como um machado capaz de romper el mar de gelo dentro de las personas. No caso de Jairo Pereira, Arijo es um libro hermoso para se quebrar a tijoladas el mar de gelo dentro de las personas.
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