Por Roberto Bicelli
Willer sempre me pareceu um Argonauta. Era de lei que Houaiss “mencionasse” em seu folhudo dicionário o que estava no campo da intuição: “pessoa com espírito de aventura, que se lança à procura de bens ou de ideais”.
Em sua nau, navegam permanentemente à procura do Velocino de Ouro da poesia dezenas de audíveis companheiros que não caberiam numa “orelha” de livro (perdão pelo trocadilho).
Cito alguns: Baudelaire, Rimbaud, Artaud, Mallarmé, Kerouac, Joyce, Burroughs, Ginsberg, Otavio Paz, Lorca e Blake.
Se pensarmos no “estranhamento do mundo”, que perpassa sua poesia e prosa, vejo-o como companheiro de viagem de O Estrangeiro, de Camus, ou do seu Mito de Sísifo, porém aqui trata-se de sentir sua poesia que nos enriquece com sua multiplicidade de temas tão misteriosos quanto instigantes.
Leia-os em voz alta, que Willer, com sua dicção de saxofone, marcará o ritmo com o pé.
Ao texto!
(Poemas para ler em voz alta – Poesia Reunida, de Claudio Willer. Íbis Libris Editora.)
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